Argentina se destaca com 10 produções, enquanto o México está representado com oito
O Festival de Filmes do Mundo de Montreal (FFM) completará nesta quinta-feira 35 anos como um trampolim do cinema independente ao inaugurar uma edição que exibe 383 filmes de mais de 70 países, 50 deles espanhóis e latino-americanos. O destaque brasileiro vai para o longa Corações Sujos.
O certame reafirma sua vontade de se manter afastado das produções de Hollywood e reivindica seu lugar como promotor da diversidade cultural por meio da telona. Para a diretora-geral do festival, Danièle Cauchard, o foco do festival é diverso.
- Este festival não é de grandes estrelas internacionais, que costumam ser americanos e estrangeiros reconhecidos nos Estados Unidos; nossa razão de ser é a diversidade e a promoção de talentos que ainda não ultrapassaram as fronteiras de seu país de origem.
Entre as obras latino-americanas, a Argentina se destaca com 10 produções e o México, com oito.
Surpreende o fato de um dos mercados cinematográficos mais importantes da região, o Brasil, apresentar apenas um filme e que um país como a Colômbia, que chamou a atenção em festivais norte-americanos, como o de Chicago, não apareça na programação do FFM.
O longa brasileiro Corações Sujos, inspirado no livro homônimo de Fernando Morais, vencedor do prêmio Jabuti em 2001, retrata como a comunidade de imigrantes japoneses no Brasil se negou a acreditar que seu país de origem tenha perdido a Segunda Guerra Mundial. Danièle comentou sobre o filme e seu tema.
- Trata-se de um tema bastante particular, através do qual se conta uma grande história.
O Festival de Montreal espera ter sido ao longo desses 35 anos um espelho da realidade de muitos países, inclusive em seus momentos mais difíceis, como as ditaduras e os conflitos armados. Para a diretora, é uma questão de seguir as mudanças históricas.
- Nós sempre estivemos muito abertos ao mundo. Quando nasceu o festival, o mundo estava dividido em dois blocos; a partir daí seguimos a evolução política dos países, inclusive, projetamos filmes censurados nesse período em algumas nações, como durante as ditaduras latino-americanas.
Todos os anos, o certame procura exibir trabalhos de países onde a produção cinematográfica não é prolífica, como Jordânia, Moçambique, Iraque e Porto Rico, que participarão desta edição.
A presença espanhola começará pelo próprio júri, presidido pelo cineasta Vicente Aranda, "um grande diretor, cujos filmes arrancaram aplausos ao longo da história do festival", assinalou Danièle.
Além disso, o certame vai projetar 19 produções espanholas e quatro delas entraram na competição, entre longas, curtas e estreias.
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